terça-feira, 21 de junho de 2011

COBERTURA DE GARAGEM

Uma nova garagem, para quatro automóveis grandes ou mais, em uma área coberta mas que não tirasse o que o terreno tem de melhor: a iluminação. Ao mesmo tempo, uma preocupação: os proprietários não queriam ver os automoveis quando estivessem utilizando a sala que ocuparia o lugar da antiga garagem. Estes foram os desafios para este projeto de reforma.
A casa é feita em estrutura metálica, com vãos generosos. Para ser o mais fiel possivel à arquitetura original, o ideal seria seguir a mesma linguagem. A antiga garagem vai então cedendo espaço à criação da nova sala de estar, hall de entrada e adega.
Um novo perfil (mais largo que o anterior) foi então soldado sobre o antigo, para dar acabamento e, ao mesmo tempo, unificar as peças utilizadas. Este novo perfil tambem seria a base de fixação da nova cobertura.
Feita totalmente em ferro com tratamento anti-ferrugem e acabamento em esmalte branco, a cobertura forma um desenho em forma de ondas retas. Assim, quando pronta, o escoamento da agua da chuva é feito por calhas colocadas em cada vértice inferior e recolhidas por condutores embutidos na propria estrutura (execução Architectura).
Para resolver o problema da visão da garagem, uma parede de tijolos de vidro (aproveitados da propria obra, retirados um a um e recolocados nas novas posições. Uma janela foi aberta para o novo jardim e outra para outro jardim situado ao lado do portão de entrada. Assim, a visão ficará para o verde e a luz natural filtrada para dentro do ambiente, mas sem a incomoda visão dos automoveis estacionados na garagem.
Resultado visto de dentro: luz, transparencia e visão seletiva do exterior. Uma nova lareira foi instalada e, quando tudo estiver pronto, uma sala ampla, clara e arejada será utilizada o ano todo.

Dando os retoques finais. O vidro ultilizado (ECOLITE 8mm) reflete até 52% da entrada de calor. Este vidro recebeu a premiação em referencia a sustentabilidade e proteção ao meio ambiente pela revista Casa Claudia em 2007. No piso porcelanato Arpoador Bianco da Portobelloshop. Totalmente anti-derrapante e na cor clara, ajuda a dissipar o calor. Como a cobertura praticamente não tem paredes de fechamento (o portão é feito em aluminio com aletas), o fluxo de ar cruzado aliado à cobertura anti-reflexiva e o piso claro mantem a garagem sempre com temperatura agradavel.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

DICAS: DRYWALL

Transformar dois dormitórios em três ambientes distintos (um dormitório maior para a filha, um banheiro para completar esta suíte e um closet que seria utilizado no dormitório do casal. Isso sem perder espaço e não criar peso excessivo na laje. Para isso, a solução mais indicada foi o uso de drywall.
A parede que dividia os antigos dormitorios foi retirada, tomando-se o cuidado de forrar todo o piso de madeira original da casa e que seria reaproveitado. Como as portas davam para uma varanda externa, o vão de uma delas foi fechado até 1.80 mts. de altura para dar lugar à janela que faria a iluminação e ventilação do novo banheiro.
 Aí entra o drywall. Formado por uma estrutura interna de chapa galvanizada e duas placas de gesso, a parede resultante é sólida, durável e, no caso de uso em banheiro, resistente à umidade (Chapa Verde RU). As placas são aparafusadas na estrutura metálica interna e, para dar acabamento entre elas,  aplica-se uma fita especial. Internamente, podem receber uma camada de lã mineral para melhorar a acustica (são fono-absorventes). Neste projeto, a lã foi aplicada em todo teto (rebaixado com placas gypsum).
Depois da colocação da porta as paredes foram masseadas, lixadas e pintadas. Os armarios (Ornare) são auto-portantes ou seja, não precisam ser fixados na parede. Em caso de necessidade, uma estrutura auxiliar em madeira  aplicada transversalmente deve ser colocada antes do fechamento da parede. Assim, armarios suspensos tem como ponto de fixação a própria estrutura metálica interna da parede e a de madeira.  Iluminação e ventilador de teto do Laboratório da Luz.
No banheiro, os cuidados são maiores. Como a tubulação não exisitia, um shaft de alvenaria foi necessário para passagem dos tubos. Optou-se então e fazer esta parede (que vai do piso até o limite inferior do tampo da pia) em tijolos convencionais. Assim, quando o armario suspenso fosse instalado, ele poderia ser fixado sem problemas.
A banheira fica assentada junto às paredes originais da construção. Mas, se fosse necesário, a tubulação passaria sem problemas pelas paredes de drywall. Para marcar o expaço do box, um painel na área da banheira ( listone Flores Branco 15 X 60 da Portobelloshop).
Por fim, o armário (Interbagno) pôde ser colocado. Como o banheiro é todo branco, um detalhe em baixo relevo no tampo do granito (Arabesco) para dar acabamento.



terça-feira, 14 de junho de 2011

NO MEIO CAMINHO TINHA UM CANO....

Parafraseando Drummond, o poeta, tinha um cano no meio do caminho, no meio do caminho tinha um cano.... A proposta aqui era fazer uma suite no quarto principal, mudando o acesso do corredor intimo para dentro do quarto. 
 Como o prédio (localizado no bairro do Sumaré em São Paulo) era muito antigo e o proprietário anterior não possuía mais as plantas de hidraulica e elétrica, o  projeto começou a ser executado como foi aprovado pelo cliente. Mas... surpresa! Havia um cano bem onde a porta de acesso ao banheiro seria aberta.
 Ao depararmos com este problema, veio a questão: O que fazer? Todo o ramal novo de agua quente (proveniente de um aquecedor de passagem à gas instalado na área de serviço e executado em Aquatherm) já estava parcialmente locado. Descobriu-se então que o tal cano era o que, em obra, chamamos de "respiro da bacia" ou seja, é o caminho utilizado pelo ar deslocado dentro da tubulação quando a valvula de descarga é ativada.


 Claro que este cano não poderia ser obstruído e nem eliminado, já que funciona para todas as bacias do prédio locadas nesta prumada. E, para piorar a situação, do cano até a parede oposta sobravam 66 cm. para se colocar porta, batente, etc. Ou seja, muito pouco para uma porta de banheiro convencional.
 O jeito, claro, foi pensar então numa porta de correr, que cobriria todo o vão e deixaria a passagem totalmente livre, já que os batentes convencionais seriam substituidos por uma placa de MDF de 20mm de espessura  (para comportar a fechadura papagaio quando houver necessidade tranca-la).... Pronto, tudo resolvido! Quase. Faltava resolver a questão do puxador... Uma vez a porta aberta, o vão que sobra fica diminuido pelo puxador. Se fosse usado um puxador tipo "concha", que fica embutido na porta, a folha (que corre pelo lado externo da parede) não teria como ser aberta por dentro do banheiro.  Um puxador tipo "alça" tiraria preciosos centímetros da passagem.
 Como dizem que a dificuldade é a mãe da criatividade, veio o estalo: Já que o cano não poderia ser eliminado nem movimentado na base (piso) e topo (teto), pelo menos poderíamos movê-lo no centro. Então duas curvas 45 graus mais um pedaço de cano de 4 polegadas (a mesma bitola do cano original) foram utilizadas para desvia-lo, criando assim espaço para um nicho na parede que, recortado, receberia o puxador da porta liberando totalmente o vão e deixando-o acessível tanto interna como externamente. Gênio. (E modesto tambem...rs.)
 O nicho ficou um pouco maior que o puxador. Assim não há dificuldade de se encaixar a mão nem requer esfôrço para acionar a porta. 
 O fechamento do cano original foi feito com uma placa de dry-wall, assentada com gesso em uma manta própria para fixação.  Resultado: Uma passagem bem razoável e o apartamento ganhou a tão sonhada suite.

RETROFIT

Esta é a sede de uma  multinacional que precisava de muito espaço para receber profissionais da área farmacêutica de manipulação, com auditorio para palestras simultâneas e grupos distintos, um amplo laboratório para  capacitação de novos tecnicos, além de abrigar todo o staff administrativo. A grande dificuldade encontrada por nós (eu e meu sócio na época, arquiteto Grijalva Fonseca) era atender às exigencias do Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo) quanto às areas edificada e permeável no terreno e adequar isso às necessidades da empresa, já que a sede se localizava no perímetro tombado do bairro dos Jardins, em São Paulo.
 Como o imovel já havia passado por uma grande reforma nos anos 80, optamos por manter os volumes da fachada. O jogo de formas concavas e convexas superpostas era muito interessante para ser desconsiderado. Atualizar os materais de revestimentos apenas mudando as aberturas de acesso foi a solução encontrada. Tambem todo piso da garagem foi removido e transformado em área permeavel.
 Toda parte inferior do bloco da fachada foi unificado. Os muros foram nivelados e passaram a fazer parte da longa curva. Para revestimento foi usado pastilhas de vidro azul profundo       ( Vidrotil ) assentadas com argamassa cinza, evitando-se assim demarcar as placas . Na parte superior, revestimento Terracor e o logo da empresa. No piso, blocos de concreto vazados com grama e na calçada, blocos anti-derrapante de concreto (Solarium). Portas de acesso e dos medidores em aluminio frizado fosco.
A lateral era toda coberta e unia a entrada à construção dos fundos. Por exigencia do Conpresp, toda  cobertura foi retirada, junto com o antigo piso. A tubulação de entrada de energia foi deslocada para fora do futuro canteiro, evitando assim uma ruptura por raízes.
Assim, o corredor ganhou leveza com piso e grelhas de escoamento da Solarium, e uma jardineira com espécies adaptadas e de crescimento vertical para não atrapalhar a passagem. O acesso ao laboratório (ao fundo) ficou privativo, deixando o auditorio interno preservado da circulação de pessoas alheias às palestras. Um segundo auditorio foi criado na parte superior do bloco dos fundos.
Nos fundos, o espaço entre os dois blocos era coberto, transformando toda a consturção num unico monolito. Aumentar a ventilação, a insolação e ao mesmo tempo a área permeável do terreno, além de criar uma nova área de circulação em torno de todo o imovel foi o desafio.


Jardineiras então foram criadas nos dois lados, trazendo a circulação para o centro. O uso de espécies baixas contrapondo com as altas dão moviento aos canteiros, evitando a monotonia do branco do piso e das paredes.



segunda-feira, 6 de junho de 2011

HOME OFFICE

Um lugar para trabalhar em casa, agradável, iluminado e que, ao mesmo tempo, fizesse parte do restante do estar. Este era o pedido desta cliente, professora universitária e orientadora de mestrandos e doutorandos. Ao mesmo tempo, uma vasta coleção de objetos trazidos de viagens ao redor do mundo, lembranças agradáveis que ela gostaria de partilhar e ter por perto.
 O apartemento, de consturção antiga e dimensões generosas, perdeu um dos quartos para que o home-office fosse instalado junto à sala. Uma parte da parede divisória permaneceu, resguardando assim a sala de jantar. A antiga porta de acesso ao dormitorio foi fechada, liberando o espaço para a estante.
O piso original de sucupira estava em perfeito estado de conservação e foi mantido. Como o piso do antigo dormitorio era de madeira e formatos diferentes, a solução foi retira-lo e, em seu lugar, aplicar porcelanato preto (Portobello) 60 X 60. Para dar unidade a todo ambiente, uma tabeira do mesmo material foi aplicada em todo perímetro da sala. O teto de gesso (Decorsilva) foi rebaixado para receber a nova iluminação e as janelas (com um incrivel visual de São Paulo) receberam apenas rolôs Termoscreem da Windows.
A estante então foi pensada de forma a amenizar o tamanho    ( 4.10 mts X 2.47mts). Caixas em madeira laqueada e madeira folheada foram intercaladas para dar moviemto e ao mesmo tempo organizar a biblioteca. A mesa de trabalho tem gaveta para pasta-arquivo e uma prateleira com corrediça telescópica para deixar a impressora pronta para uso. Todos os fios passam pelo tampo e ficam escondidos abaixo da escrivaninha. Duas portas dão acesso à eles quando há a necessidade de conectar outro equipamento ou fazer manutenção. Os módulos para as coleções receberam iluminação de LED embutido em cada nicho e acendem em um interruptor na própria parede.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

ENTRE QUE A CASA É SUA.

Conhece algum cliente crítico, inconstante, que muda a toda hora o projeto e nunca está satisfeito com a obra mas depois fica todo orgulhoso quando elogiam o resultado final? Muito prazer, este sou eu! Fazer alguma modificação na própria casa é a maior provação para quem trabalha com isso todos os dias.

Este projeto já nasceu complicado por natureza... O terreno tem o formato de uma fatia de pizza (literalmente, pois mede 12mts de frente mas tem apenas 4 de fundos) além de um declive de mais de cinco metros.  Originalmente concentrei toda construção na parte da frente do terreno, deixando os fundos para um ótimo quintal arborizado... Até que... deu vontade de ter uma piscina em casa!


Aproveitando que a escada foi deslocada para uma das laterais, a antiga  foi escavada e coberta com uma laje pré moldada, dando origem à casa das maquinas. Para dar uma continuidade ao ambiente, tijolos aparentes contornam a área.

 Como o jardim diminuiu, o jeito foi concentra-lo todo num lado só do terreno. Para isso as paredes foram impermeabilizadas, assim a terra utilizada não passa infiltração para os muros. A jaboticabeira foi poupada e a jardineira faz um contorno à sua volta. A piscina (Sibrape) é de vinil, então não foi necessário uma grande estrutura de concreto para acomoda-la.


 Aproveitando os muros que divide o jardim da passagem, dois pranchões de madeira foram fixados e tem agora a função de bancos. Verniz marítimo para protegê-los e muita grama amendoim para fazer a forração. As palmeiras crescem e assim isolam a área dos olhares curiosos.

Outro desafio: Como o terreno vai estreitando, a piscina (quase uma pequena raia -(C) 7,5mts X (L) 2,5mts X  (P)1,5mts) fica praticamente colada ao muro divisório. Um painel foi feito na parede com revestimento cerâmico (o mesmo do piso, porem na cor branca), com desenho formando pequenas ondas.



No centro do painel cerâmico, foram aplicados três módulos removíveis em bambu tratado. Eles receberam a iluminação e tem a função de eliminar a sensação de estar ao lado de um muro. Á noite, o efeito é bem legal. Todo o limite entre a área da varanda  e a área da piscina (quase 1.70 mts de desnivel) é separada por um pranchão de madeira, instalado à 45cm de altura que funciona como um longo e agradavel banco.